domingo, 12 de setembro de 2010

CIZUR MENOR A PUENTE DE LA REINA




(estes relatos serao feitos apenas com minha mao direita. tenho a mao esquerda e o braço esquerdo engessados, totalmente imoblizados, e torna-se mais difícil observar certas regras de portugues, como letras maiúsculas, acentos, etc. é necessário um pouco de tradução para a compreensão do texto.




Deixei o albergue da maribel por volta das 07 horas. era noite ainda na espanha. havia arrumado minha mochila de forma que ela nao me incomodasse, ou seja, coloquei as coisas mais pesadas para baixo, e ficou legal. meus companheiros brasileiros, joel, jaqueline e claudio, os tres paulistas que haviam dormido no albergue dos padres sanjuanistas, nao tinham aparecido no caminho ainda, e eu toquei em frente. por volta de 08 horas, parei para fazer uma foto e descansar as costas, quando eles me alcançaram, e seguimos próximos uns dos outros. gosto de caminhar assim: ora com um, ora com outro. e gosto de seguir sozinha também. joel e jaqueline ficaram para trás e eu e cláudio disparamos um pouco. quse no alto do perdão, faltando uns 300 metros, havia uma escadinha, uns 10 degraus, de madeira, e chuviscava naquela hora. vi que, ao lado da escada, havia uma rampa para os bicigrinos, e achei muito íngreme e escorregadia para ir por ela. olhei para a tal escada e nao gostei - molhada e cheia de lama - mas fiz opção por ela, pensando em pisar com cuidado. não sei dizer o que aconteceu, mas logo que coloquei meu primeiro pé já saí rolando. desci a escada toda de bunda. quando parei, notei que meu braço esquerdo tinha uma dor insuportável. atrás de mim, caminhava um guri italiano, todo estropiado, com o joelho no prejuízo. gritei para o cláudio que seguia uns 100 metros a frente e não vira a minha queda. pela dor, eu sabia que as coisas eram sérias. claudio falava duro comigo, porque viu que eu estava a prestes de desmaiar - amarela e de boca roxa, segundo ele - e mandava que eu levantasse, e continuasse, até encontrarmos um lugar melhor para ver o que havia acontecido. foram minutos que eu nao sei, na verdade, como agi, como fiz, e o que aconteceu. era só dor. num local melhor, claudio me sentou no chão, tirou minha mochila, e começamos a procurar por algo que controlasse a minha dor. eu tinha comprimidos para dores, dicoflenaco potássico, e até em gel, e fizemos uma massagem leve com o gel, e eu engoli um comprimido. enrolei o braço em uma toalha pequena, que levo sempre comigo, para enxugar o rosto, etc.


Mochila nas costas, e dor, muita dor, segui em frente, até o alto do perdão. ali senti que as forças iriam sumir de novo, e tratei de pegar chocolate e gatorade, e dei uma turbinada em mim mesma, e senti que as forças retornavam. olhei o braço, e este, na altura do pulso, criara diversas bolsas de inchume. estava torto e disforme. totalmente quebrado.


Um rapaz se encontrava lá, distribuindo panfletos de um albergue privado, em puente de la reina. ele se acercou de nós, e ofereceu-se para levar minha mochila, para que eu pudesse caminhar mais tranquila. a dor começava a ceder, e resolvi seguir em frente. eu iria olhar meu braço, mas só quando terminasse aquela etapa. e tinha eunate naquela etapa. e eu queria muito chegar até aquela igreja perdida no meio do nada...
fotos: antes da queda e depois, já com o braço quebrado

Um comentário:

  1. Muito interessenta a solidariedade no caminho, os peregrinos se tornam uma familia, isto é uma familia Universal, pois são de várias nacionalidades.Parabéns a todos pelo caminho pela dedicação de uns para com os outros.
    SEJAMOS SIMPLES,VIVENDO O BEM EXPONTANEO...
    Na vida sempre teremos oportunidades de realizar nossos desejos!!
    Logo , logo vais fazer o Caminho por completo!!!
    Grande beijo Jurema

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