sexta-feira, 15 de junho de 2012

A IDA E A CHEGADA


Eu estou aqui. Mas minha cabeça está lá. Saio do Brasil no dia 16.08.2012. Meu vôo está marcado para as 15:35hs, saindo de Guarulhos.
Estes dois meses que antecedem a ida é impossível colocar a cabeça em outro lugar por muito tempo. A gente faz tudo: trabalha, descansa, lê, compra isto, compra aquilo, é um ser normal. Aparentemente, porque nossa cabeça é dividida.  Tem a parte que quer ser um ser normal e tem a parte que está louca para se tornar um peregrino no Caminho de Santiago.
Meu marido me liga umas duas ou três vezes por dia. Já sei.  Notícias sobre coisas que ainda faltam (ainda falta comprar o tal seguro). Ou quer apenas divagar sobre qualquer coisa, mas sempre relacionada à viagem. Afinal, ele também vai comigo.
Para nós dois que já vamos pela segunda vez, hoje, é até fácil. Porém, lembro de quando foi a minha primeira vez. Faz dois anos. E tenho compaixão de quem vai pela primeira vez. Não sei como a gente consegue ir, sair, chegar em Madrid, ir até Pamplona, e chegar com aquela cara deslumbrada e feliz a SJPP, na França.
A viagem e seus trâmites são normais. Aeroporto, avião e tals, classe econômica e tals, e mais cansaço, expectativa, são coisas normais, e ninguém vai querer sair de casa sem passar por isto.
O que me preocupava era a chegada em Madrid, o tamanho daquele aeroporto. E, se alguém me perguntar como é, como foi, não sei explicar. Sei que, como ovelha, eu seguia o grande grupo de passageiros a minha frente. Na aduana, é fácil entender que tem atendimento para pessoas que fazem parte da comunidade européia e os que não (fila bem maior, é claro). Para mim, atendimento normal, mostra de passaporte, explica o porque de ter vindo para a Espanha, carimbaço, e adiós. Depois, sempre seguindo o grupão, a gente entra em um elevador  que desce até uma pequena estação de metrô. Entrei neste metrô, que logo pára e todos descem, e... não me lembro muito bem o que aconteceu depois. Eu não tinha que pegar bagagem, estava com a mochila junto comigo, e procurei me dirigir ao metrô, aquele que me levaria a estação Atocha. Pergunta daqui, pergunta dali, consegui chegar na entrada do metrô, comprar a passagem mecanicamente (uma máquina, onde a gente coloca dois euros em moedas e lá vem o ticket).
Depois de estar no metrô, a coisa até ficou tranquila e fácil. Mesmo tendo que desembarcar na estação de "Alguma Coisa Ministérios", e pegar outro metrô até Atocha. Consegui me divertir com uma família completa de nigerianos, prestar atenção que os espanhóis leem muito dentro do metrô, etc.
Em Atocha, compra a passagem para Pamplona, espera a hora do trem para Pamplona, e... relaxa. Cheguei em Pamplona, e dali Juan me guiou até um hotel, me ensinou a ir almoçar, a ir ao El Corte Inglés, a ir ao Correio comprar um chip para o celular, e eu descobri outras coisas sozinha mesmo,
No dia seguinte, o mesmo Juan me levou até SJPP. Simples assim. Mais de 48 horas de minha saída do Brasil, eu começava o Caminho, em direção a Orisson.
Na foto, o casalzinho, em uma caminhada de treinamento básico, em 07.06.2012.

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