Olho para trás, e constato que, desde a data em que comecei este blog, já se passaram dois anos. Este blog se criou para que eu pudesse falar do Caminho de Santiago, pudesse contar as coisas que passam na cabeça da gente, toda aquela preparação necessária, etc.. Até porque o peregrino precisa extravasar a ansiedade. Para muitos de nós é uma coisa há muito idealizada. Então, quando se aproxima a hora de irmos concretizar o sonho adolescente de caminhar 800 quilômetros, sentimos uma vontade de falar disto, só pensamos nisto, e todas aquelas coisas e sensações que antecedem um evento como este. Aí criam-se os blogs... E como tem blog falando do que se pretende, do que é e do que foi o Caminho de Santiago.
Nos blogs que tenho lido, tudo é igual. Nas fotos, tudo é igual, apenas mudam as pessoas que, por incrível que pareça, se parecem... devido às roupas de caminhada, aos óculos, aos chapéus, sei lá. Para mim, todos os peregrinos são parecidos. O que muda mesmo são as impressões, são os olhares sobre as mesmas coisas do Caminho. O que um não vê, o outro percebe. Ou o que um vê de um jeito, o outro vê de outro. E diferentes também são os motivos que levam as pessoas até lá. E acho que isto é que faz a magia do Caminho: as pessoas.
Para quem frequenta comunidades e grupos deste assunto, é comum encontrar pessoas que já fizeram mais de 5 vezes o Caminho de Santiago, e sempre a mesma rota. A magia do Caminho não está na maneira das coisas que lá existem, que são, na verdade, milenares, embora lindas. A magia está na cabeça das pessoas que amam o Caminho.
Estamos a quase seis meses do embarque para o nosso segundo Caminho. Aqui, é verão, e demos um break nas caminhadas preparatórias. Mas, a partir de maio, elas recomeçam.
Tenho lido blogs, olhado fotos de pessoas que foram mais recentemente - Laherte e Marcos e Glória, e sinto saudades do que vi e do que ainda não vi... Pode? Pode. Só quem se liga no Caminho de Santiago entende o que eu falo.
Deixo acima uma foto de nossa nova aquisição familiar: AUGUSTO, meu segundo neto.
Assim, a vida anda...
